domingo, 18 de agosto de 2013

One Direction desarmam o diretor de “Super Size”, Spurlock

 Eles são a maior banda pop do mundo, que ficaram famosos por causa de um reality show, e agora são assinados pela gravadora de um magnata da mídia com uma grande reputação. Ele é um diretor de cinema famoso por virar seu nariz para grandes corporações. Então, por que os One Direction e Morgan Spurlock se uniram?
O documentarista de 42 anos, que foi nomeado para um Oscar por seu filme de 2004, Super Size Me, é responsável por um novo documentário em 3D arrebatador chamado One Direction: This Is Us, que segue a banda por seis meses, incluindo em sua turnê mundial.
Anunciado como “mais” que apenas um filme-concerto, ele tem como objetivo dar aos fãs acesso íntimo a vida pessoal de Harry Styles, Liam Payne, Louis Tomlinson, Niall Horan e Zayn Malik, que já venderam cerca de 30 milhões de discos para a gravadora Syco, de Simon Cowell.
Spurlock, no entanto, descreve-se como “um fã de música apaixonado”, que também estava na disputa para dirigir os documentários recentemente lançados por Katy Perry e Justin Bieber. Os One Direction, segundo ele, sao um prêmio ainda maior. Ele diz:
''Eles são um fenômeno.
Bem neste momento, seu foguete está rugindo através do espaço. Apenas estou olhando através de uma janela, e as coisas mudaram para eles muito rapidamente. Nos últimos três anos, tudo mudou para eles, e ainda são apenas adolescentes.
Portanto, registrar este momento é uma oportunidade única para qualquer diretor. E tem sido incrível para mim.''
Os One Direction foram originalmente os finalistas do show de talentos da ITV, X Factor, mas rapidamente tornaram-se seus maiores bem sucedidos – e lucrativos – artistas, tendo álbuns número um em 35 países.
De acordo com Spurlock, seu maior desafio foi produzir uma representação real da vida da banda e da turnê – que foi o que eles pediram.
''Eu realmente queria fazer um filme que não fosse como um pedaço do pop – algo do tipo sem relevância para os One Direction. Eu realmente queria entrar em suas vidas e histórias de uma forma que não fosse como um anúncio comercial apresentado de modo a parecer uma reportagem para eles.''
Com isso em mente, ele diz que foram os próprios One Direction que o selecionaram por causa de seu trabalho, que assim como Super Size Me, uma crítica à indústria de fast food, incluem Where In The World Is Osama Bin Laden de 2008 e The Greatest Movie Ever Sold em 2011. Ele investiga a colocação do produto no cinema – embora é descaradamente financiado pelo mesmo método.
Spurlock diz:
''Acho que eles gostaram de meu senso de humor. E genuinamente queriam oferecer aos fãs algo real sobre si mesmos. Além disso, acho que entendo o modo como as circunstâncias se transformaram. Antes de Super Size Me, minha vida era totalmente diferente. Eu estava dormindo em uma rede em meu escritório em Nova York.
Eu tinha uma dívida de $250.000 e não paguei minha equipe por meses. Eu era um ninguém. O filme decolou – e da noite para o dia eu estava no centro das atenções.
E em seguida, há o outro lado da moeda. Não sou um hater, como vocês dizem. Quando fiz Super Size Me, as pessoas me jogaram sob o ônibus muito rapidamente e disseram :”Oh, esse cara é um idiota – sua carreira acabará em um ano”.
O mesmo acontece com esses rapazes, algumas pessoas afirmam que eles são apenas fantoches. Eu sou uma pessoa que gosta de ver as outras pessoas terem sucesso, não importa o cenário em que estão inseridas – e esses caras estão fazendo isso. Ainda melhor, eles entendem o valor do presente que lhes foi dado.''
Spurlock descreve o filme como “improvisado”, e explica que dá aos fãs acesso sem precedentes à vida pessoal da banda – “momentos íntimos como Zayn dando a sua mãe uma casa, ou Harry retornando ao seu primeiro trabalho, ou Niall passando tempo com seu irmão pouco antes de seu casamento”.
Mas a imagem cuidadosamente protegida da banda significava que ele tinha que estabelecer um limite e controle editorial? Spurlock diz que não.
''Não, Simon [Cowell] e eu estamos bem. Ele confia em mim para fazer o trabalho. E não, a banda não me pediu para nada ser retirado. Sim, claro, há um nível de coordenação, mas chegamos ao ponto em que eles estavam confortáveis em me ter no cômodo com eles. Aprendemos a confiar uns nos outros, passando bastante tempo uns com os outros fora das câmeras.
Eles possuem seu próprio mundinho particular, por causa da situação única que os cinco deles se encontraram, de modo que desenvolver uma relação é crucial.
Eventualmente eles começaram a perceber que eu estava investindo neles, e eles precisavam investir em mim e confiar em mim. Isso cresceu ao longo do tempo. Eu precisava que eles fossem corajosos – você tem que se abrir para alguém que começará a te perseguir ao redor do mundo.
É preciso coragem para abrir a porta e deixar alguém entrar, e eventualmente eles decidiram abrir, e é por isso que posso dizer honestamente que não é um show montado para inserir os fãs – o que você vê é real.''
O filme pode ser objetivo se seu documentarista se tornou tão próximo a eles? Spurlock diz que inclui a opinião de vários jornalistas de música no filme, que nem sempre são gentis.
''Nós lhes perguntamos sobre o lugar dos One Direction na história da música, e muitos deles são negativos. Eles dizem que eles não merecem isso, e o sucesso foi apenas entregue a eles. E essas vozes são importantes para minha história, que se desenvolve em um contexto de como diferentes pessoas são afetadas por eles. E algumas delas não são legais mesmo.''
O diretor descreveu como estava “perplexo” por certos espetáculos que a “banda agora concede”.
''Por exemplo, o nível de segurança que eles têm que suportar em turnê. Esse foi um fator que definitivamente tinha que ser levado em consideração o tempo inteiro, pois cada vez que saíam do local do concerto, eles eram perseguidos pela rua por centenas de raparigas e às vezes eu ficava com medo de alguém ser morto.
Também há suas famílias, que têm que lidar com muita intrusão ao longo dos últimos anos simplesmente porque estão perto dos One Direction. A mãe de Harry Styles possui um milhão e meio de seguidores no Twitter, o quão insano isso é? Você está falando sobre fãs acampando do lado de fora de suas casas. Eu não conseguia acreditar no que eles passaram, como acabaram sendo o centro das atenções, porque seus filhos e irmãos estão.
A coisa mais impressionante que vi foi provavelmente em Tóquio, onde os rapazes visitaram pela primeira vez em janeiro. O Japão estava sofrendo sua maior queda de neve por uma década e vi dezenas e dezenas de raparigas acampando na neve, segurando cartazes e enfrentando temperaturas bem baixas apenas para terem um vislumbre da banda.
Foi quando percebi onde estava me metendo.''
Dito isso, Spurlock acrescenta que os cinco “não são ingratos mesmo”.
''Eles são incrivelmente gratos pelo que têm. E realmente reconhecem que os fãs foram responsáveis pelo que eles são, após serem finalistas no X Factor. Eles são belos rapazes. Acho que aprendi muito só por estar com eles.''

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